quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fora de Foco

Quando eu fiz 7 anos aprendi a amarrar meu cadarço sozinho. Com 9 anos eu já sabia arrumar meu quarto. Com 11 anos já sabia lavar minhas cuecas, com 13 anos aprendi a economizar dinheiro.  Com 15 eu já tinha aprendido a tocar uma música inteira no violão. Com 16 aprendi a cozinhar. Com 17 entrei na faculdade. Com 18 tive meu primeiro aluno de violão(mesmo de graça). Agora com 19 estou aprendendo a escrever.
O que tudo isso tem de comum?!?
Todas essas coisas, são conquistas que em algum âmbito me exigiram tempo e esforço. Algumas até me frustaram bastante por achar que não me renderam o reconhecimento que achei que merecia.
Na estrada dos meus pensamentos, tenho andado diariamente, e cheguei a conclusão de que o problema das pessoas, ou pelo menos o meu, é que necessariamente não são as ações em si, e sim os seus objetivos e propósitos.
Sem querer ser radical de mais ao citar Nietszche quando ele diz que "todo amor é amor próprio", e afirmando que sempre fazemos o que fazemos pois somos usuários químicos do "Reconhecimento".
"Damos uma flor para uma mulher, pois queremos vê-la feliz, gostando mais de nós. Grata. Nos admirando. Conquistada".
Uma coisa que tenho aprendido e compreendido nesses quase 20 anos de vida, é que não devemos focar nossas forças, esperanças e expectativas nas performances, e sim nas pessoas e nos relacionamentos. (Não sei nem se é aceitável essa visão vinda de um tímido). Um exemplo seria eu ficar decepcionado com um amigo por ele não me elogiar, e esquecer tudo de bom que já vivemos. Se você parar para pensar, na prática é exatamente assim. Se o marido deixa de elogiar a roupa nova de sua esposa, todo ambiente criado anteriormente é momentaneamente apagado. #Fato.
A verdade mesmo é que os "Grandes Feitos" são como folhas de outono, os relacionamentos são pedras, as conquistas são fases, as pessoas são cais, festas são coletivas, elogios são direcionais e convenientes, abraços são recíprocos, o título é pessoal, mas o beijo não é.
Em vez de esperar reconhecimento, experimente esperar na varanda por alguém que está prestes a chegar.
Fico com Fernando pessoa quando diz que "ao que nada espera tudo lhe é grato". Assim fica bem mais bonito.
E nem venha dizer que é utopia porque ai seria a desculpa mais baixa e mais covarde possível de correr do desafio proposto. Mesmo que fosse utopia, é importante abraçar uma utopia, pois a vida precisa de uma pitada de coisas impossíveis, e são elas que vão nos impulsionar a buscar outras jarras de possibilidades.

E em contra partida, elogie mais, encoste mais, leia os outros sob os conceitos deles, doe tempo as pessoas que te doaram tempo, não escolha pessoas que te dão alegrias, escolha pessoas que te dão parâmetros, e escolha pessoas ao invés de presentes, e faça questão delas em dias importantes não por merecimento, mas porque a proximidade vai gerar ações despretensiosas!

E isso não é nenhuma contradição. É simples gratuidade. Abraço.

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